Se não formos designers, um dos maiores problemas na criação de conteúdos surgirá quando necessitarmos de embelezar as nossas obras.
Vamos a um exemplo prático: escrever um artigo para o nosso blog não poderá ser apenas 2000 palavras de texto corrido. Com o défice de atenção cada vez maior, se os nossos artigos não estiverem devidamente formatados e não forem visualmente apelativos, as chances do leitor nos acompanhar até à conclusão sem mudar de janela serão muito baixas.
Por esse motivo, recorremos a imagens, vídeos, sons… tudo o que diversifique o nosso post e lhe acrescente não só valor, mas também alguma dinâmica.
Imagens são provavelmente o recurso mais popular, mas infelizmente consomem muito tempo – ou porque temos de encontrar a fotografia certa, livre de direitos, ou porque a temos de criar de raíz e não somos peritos no Photoshop.
Este problema não se resume ao blogging. Também encontramos este obstáculo sempre que temos de criar imagens para os nossos perfis nas redes sociais, flyers, capas para os nossos podcasts e todos os restantes projectos.
Nos meus artigos, dedicava tanto tempo à procura de 4 ou 5 imagens como à escrita do artigo em si. 5 imagens ocupavam-me o mesmo tempo que 2.000 palavras!
Este departamento era o meu calcanhar de aquiles e parecia não existir uma forma de acelerar este processo sem comprometer a mensagem que queria transmitir.
Isto, claro, até que comecei a utilizar o Canva.
O que é o Canva?
Conheci o Canva no início do ano e, na altura, senti que tinha imenso potencial mas que ainda não estava a 100%.
Com webapps, nunca sabemos se a experiência será similar àquela proporcionada por uma aplicação do desktop. E apesar de ter experimentado outras webapps no passado (como o PicMonkey), acabava sempre por voltar ao Photoshop (ou ao Pixelmator) mesmo se precisasse de completar uma tarefa básica, por sentir que faltava algo.
Felizmente, já não é o caso. A maior parte dos problemas que encontrei no Canva foram rapidamente corrigidos e é agora a ferramenta que utilizo para aqueles gráficos que não envolvem muito trabalho. Não é um substituto do Photoshop (nem pretende ser), mas para bloggers ou community managers é fantástico.
As imagens de destaque dos meus últimos artigos foram sempre criadas com o Canva em poucos minutos.
Sempre que precisar de algo pouco elaborado, não vale a pena ir mais longe: o Canva trata disto.
O preço
Este ponto vale a pena tirar já do caminho. A maioria das aplicações para o nosso browser apresenta uma versão gratuita e uma parte paga, geralmente cobrando uma mensalidade. O Canva, pelo menos por agora, é grátis desde que não utilizemos as imagens stock que fornece. Aí, as nossas criações terão o custo de 1 dólar por imagem.
A selecção de imagens stock é excelente, mas nunca recorri a nenhuma para os meus projectos. Prefiro utilizar os magníficos templates que o Canva oferece para começar e, se necessário, buscar algo com Creative Commons no Compfight.
A marca e a equipa
Este projecto australiano está no bom caminho para se tornar uma das principais webapps dos próprios anos, e uma dose do sucesso deve ser atribuída ao excelente casamento entre os engenheiros e os designers que fazem parte do Canva.
A aplicação não só é bonita como funciona verdadeiramente bem. Em todas as páginas é visível a identidade da empresa, seja no copy, nas belas animações que podemos encontrar logo na homepage, ao mexer no rato, ou nos belos tutoriais de “Introdução ao Design” que recebemos no nosso e-mail – que são feitos na própria aplicação e nos ensinam algumas das regras fundamentais desta arte!
O blog do Canva tem também artigos bastante pertinentes, onde rapidamente constatamos que o target é, sobretudo, iniciados em web graphics… como eu!
A equipa conta com alguns nomes sonantes, como Peg Fitzpatrick e Guy Kawasaki, que certamente levarão o projecto até ao mainstream mais tarde ou mais cedo.
Criando o nosso primeiro gráfico no Canva
Após o registo e o login, o Canva oferece uma série de templates interessantes para começar. Podemos criar, entre outros, um business card, uma apresentação, uma capa para o nosso e-book ou todo o tipo de imagens para as redes sociais (Twitter, Pinterest, Facebook, Google+…).
Naturalmente, podemos também optar por criar um projeto com as nossas próprias dimensões.
A partir daí, poderemos inserir componentes no projecto, seja através dos nossos uploads ou pesquisando/navegando pela enorme biblioteca da aplicação.
Vamos criar uma imagem para ficarmos a conhecer o potencial da ferramenta.
Começando pela caixa de texto
Por exemplo, criar uma caixa de texto apelativa é facílimo utilizando um dos vários templates – as cores e os tipos de letra (todos eles Webfonts) estão já escolhidos por nós, mas podemos retocar como bem entendermos.
Para tal, basta abrir a caixa TEXT na barra lateral e escolher um exemplo.
Como é habitual nos programas deste tipo, podemos alterar o tamanho do texto, a côr e o posicionamento. Podemos também alterar a opacidade e adicionar links.
Adicionando um fundo
Criado o texto, seguimos para o fundo: clicamos em BKGROUND, escolhendo depois a textura e, de seguida, a côr.
Ao contrário das caixas de texto, aqui temos maior controlo sobre o nosso objecto: podemos alterar o brilho, o contraste ou a saturação, desfocá-lo ou adicionar um de vários filtros.
Acrescentando uma ou outra fotografia
De seguida, podemos adicionar uma fotografia.
Vamos à pesquisa, porque mesmo sem inserir qualquer texto temos de imediato boas sugestões de tipos de conteúdo.
Este é um artigo sobre o Canva, portanto faz sentido dar-lhes algum crédito na imagem. Vamos entrar no I ❤ Canva e colocar um desses objectos no projecto, como marca de água.
Os objectos podem ser redimensionados e ao fazê-lo verificamos que o Canva implementou um brilhante pormenor: ao alterar o tamanho, podemos alinhá-los com outros objectos do projecto, graças a um tracejado que surge.
Também encontramos essas mesmas linhas quando os queremos centrar ou colocar nos cantos. Uma funcionalidade também visível, por exemplo, no Keynote ou no Illustrator.
Vamos para mais uma fotografia.
Pesquisei por drawing, para colocar uma das imagens de stock. Podemos ver pela watermark da imagem que se trata de um objecto premium.
Como referi em cima, o Canva cobra 1 dólar por cada imagem stock que utilizarmos da biblioteca deles, mas para este exemplo vamos em frente (alternativamente, poderíamos fazer upload de uma nossa).
Com um pouco de criatividade nos filtros, conseguimos tornar a imagem um pouco mais pessoal. Depois dos filtros (coloquei o Epic) e de um pouco de blur, decidi que esta imagem poderia ter um moldura à volta.
Voltei ao SEARCH e escolhi Frames. Aí, optei por uma moldura e arrastei a imagem lá para dentro, para ficar com a forma da moldura.
Exportando o nosso projecto
Terminado o nosso projecto, podemos optar por partilhá-lo nas redes sociais, exportá-lo como PDF/Web ou partilhar o link, seja para amigos verem o projecto ou para o editarem – sim, a colaboração é possível (e fácil) com o Canva!
Basta colocar um visto em Allow anyone with this link to edit.
E está feito! Se for para o nosso blog, sugiro que passemos a imagem pelo Compressor para reduzir o seu tamanho, antes de a inserir na nossa CDN para o blog.
Eis o projecto final, já com compressão. Nada mau para meia-dúzia de cliques!