Tenho uma pequena obsessão com produtividade. Quero fazer mais em menos tempo, seja escrever, ler ou trabalhar. E, pelos vistos, não estou sozinho.
A Internet está cheia de artigos sobre “como fazer x em menos tempo (e com o mínimo de esforço)” e este é um dos tópicos que mais especialistas reúne por aí. Pelo meio, chavões como life hacking e nomes como David Allen chegaram ao mainstream.
Ficámos ainda a conhecer todos os sistemas e mais alguns para “work smarter, not harder”, como o método Pomodoro (onde trabalhamos em sprints de 25 minutos), o Getting Things Done (precisamente inventado por David Allen) ou o “Don’t break the chain”, associado ao comediante Jerry Seinfeld (apesar do próprio ter negado ser o inventor desse método num AMA do Reddit).
Como é que sei isto? Não, não precisei de ir ao Google. Quando encontro um novo artigo sobre produtividade, o meu instinto é clicar e ler de uma ponta à outra, sempre com esperança de encontrar algo que me faça reconsiderar o meu workflow e me melhore em 0.5%. E já é assim há largos anos (ainda não aprendi a lição, pelos vistos).
Mas o que tenho verificado é que cada vez há mais ruído. Parece que já não há mais formas de abordar um tema que, no fundo, é muito simples: como evitar a procrastinação e concluir a nossa tarefa com a maior facilidade, rapidez, concentração e energia.
Parece que estava a ficar sem razões para visitar aquele que (ainda) é o meu site preferido: o Lifehacker. Mas ainda bem que o continuo a fazer, porque se não, não teria conhecido Chris Bailey.
Chris Bailey e o seu “Ano de Produtividade”
Chris Bailey é um simples licenciado em Gestão que, ao terminar o seu curso, decidiu recusar as 2 ofertas de emprego que tinha na mesa para explorar o tópico que mais o fascina: a produtividade.
De 1 de maio de 2013 a 1 de maio de 2014 decidiu começar um pequeno movimento: a Year of Productivity.
Durante esse ano, Chris decidiu fazer todo o tipo de experiências, relatando-as depois no seu blog. Estas foram apenas algumas:
- Trabalhar 90 horas por semana;
- Beber apenas água durante 1 mês;
- Meditar durante 35 horas em 7 dias;
- Ouvir 70 horas de TED talks em 7 dias;
- Acordar às 5h30 da manhã todos os dias;
- Viver totalmente isolado de tudo durante 10 dias;
- Não fazer absolutamente nada durante 1 semana;
- Utilizar o smartphone durante apenas 1 hora por dia;
- Alternar entre indumentária formal, casual e pijamas durante 21 dias.
Pelo caminho, Chris aprendeu muito sobre si próprio e sobre produtividade, escrevendo mais de 200.000 palavras. Agora, anda por universidades, empresas e podcasts a espalhar a palavra, tendo até já dado uma TED Talk.
O que se aprendeu
Cada experiência foi relatada ao pormenor e no final dos 365 dias, Chris Bailey partilhou as suas 10 grandes conclusões neste belo artigo, talvez o seu melhor post.
Para quem não tem tempo ou gosto por ler, este podcast com Scott Britton resume perfeitamente o projecto numa hora.
Enquanto fã deste tipo de conteúdos, recomendo vivamente a Year of Productivity. Este senhor foi uma lufada de ar fresco no fascinante (embora saturado) mundo dos conteúdos sobre produtividade!