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Ghost – a nova alternativa ao WordPress

Ghost - a nova alternativa para blogging

Ghost – a nova alternativa ao WordPress

Ghost – a nova alternativa ao WordPress 620 350 Bruno Brito

O WordPress é uma plataforma fantástica. O projecto continua a crescer e todos os dias novos (e brilhantes) plug-ins surgem para facilitar a vida dos milhões de bloggers que utilizam este CMS (Content Management System).

O WordPress é uma escolha tão popular que estima-se que 1 em cada 5 sites utiliza esta plataforma – dada a sua flexibilidade e suporte, é geralmente a solução top-of-mind.

No entanto, para este blog, decidi experimentar algo diferente. Talvez por procurar algo minimalista, talvez por estar “farto” de utilizar a mesma ferramenta ou simplesmente por curiosidade, optei por outro caminho. Quando decidi arrancar com este projecto, não tive grandes dúvidas: ia dar uma hipótese ao Ghost.

Apresentando o Ghost

O Ghost é fruto de uma campanha Kickstarter, uma plataforma de crowd-funding que se tem relevado uma das melhores formas de projectos promissores obterem financiamentos.

Ghost fez barulho logo ao início: a missão e o interface apelativo valeram-lhe o destaque em sites de referência, como o Mashable ou a Forbes. O hype não tardou e, sem surpresa, o projecto foi financiado com sucesso em Maio de 2013, recebendo cerca de 8x o investimento pretendido.

Ghost no Kickstarter

O fundador, John O’Nolan, que é na realidade um ex-colaborador WordPress, pretende com esta plataforma trazer de novo o foque ao blogging e à criação de conteúdos – algo cada vez menos possível no WordPress, no meio de tantos plug-ins e customizações de código para que tudo simplesmente funcione.

Os primeiros passos

O Ghost ainda tem pouco tempo – lançado em Outubro de 2013, está actualmente na versão 0.4.1. Ainda assim, a adesão tem sido impressionante e esperam-se grandes novidades para os próximos meses, como as apps (o equivalente dos plug-ins WordPress) na versão 0.5 e o multi-user na 0.6.

Por agora, podemos simplesmente contar com algumas dezenas de themes (gratuitos ou premium), um editor minimalista (que coloca o nosso texto em markdown à esquerda e o preview à direita) e um pequeno ecrã de Settings onde definimos o nosso avatar, o nosso logo e o theme que pretendemos utilizar. Pode parecer pouco, mas na verdade é o suficiente para a maior parte dos blogs.

O objectivo do Ghost dificilmente será competir com o WordPress, actualmente na versão 3.8.1 e com uma enorme comunidade sempre disponível a esclarecer qualquer questão, criar plug-ins ou disponibilizar themes. Mas se considerarmos o sucesso recente de outras plataformas, como o Medium ou o Svbtle, existe de facto um interesse crescente em plataformas que se foquem mais na apresentação de conteúdos e na escrita e menos na quantidade de plug-ins e opções que disponibilizam.

A questão do hosting

Uma possível desvantagem do Ghost? Nem todos os planos de hosting o vão suportar.

O Ghost é baseado no Node.js, que apesar de ter várias vantagens, não é suportado no plano mais barato de uma empresa como a Dreamhost. A melhor alternativa é recorrer ao próprio hosting proporcionado pelo Ghost que, a cerca de $5 por mês para um pequeno projecto, tem um custo bastante razoável. Alternativamente, outras empresas como a Ghostify disponibilizam este serviço por um valor semelhante, com alguns extras como FTP (a razão pela qual escolhi este último foi precisamente essa).

Sem FTP?

É verdade. O hosting oficial não suporta FTP e após contactá-los, referiram que não está nos planos visto que todas as tarefas são alcançáveis via back-office.

Ghostify

Isso significa que se pretenderes fazer alterações ao theme, terás de descomprimir o ficheiro zip, editar algum ficheiro com extensão hbs, voltar a comprimi-lo e fazer o upload. Não concordo muito com tantos passos para uma tarefa simples, pelo que optei pelo Ghostify e, até agora, sem arrependimentos!

Experimentando o Ghost

O hosting pode ser pago, mas não é preciso gastar dinheiro para experimentar o Ghost. Na verdade, este corre na nossa máquina sem qualquer custo – o processo de instalação manual não é difícil, mas o melhor será recorrer ao pacote da Bitnami para este efeito. 50 MB e um par de cliques depois, o Ghost estará pronto a ser testado.

Ghost Bitnami

Se quisermos experimentar a plataforma na Web, tanto o hosting oficial como o Ghostify oferecem um período de trial de 2 semanas sem compromisso.

Personalizando o Ghost

Se as apps só vão estar disponíveis na versão 0.5, o que é que pode ser feito entretanto? Bem, como disse em cima, o Ghost já apresenta todas as condições para um pequeno projecto, mas será necessário mexer em algum código para instalar pequenas ferramentas indispensáveis, como o Google Analytics ou o Disqus. Quanto a themes, ainda são poucos, mas vão crescendo a bom ritmo todas as semanas – basta dar uma olhadela aqui ou no popular site ThemeForest.

Se gostaste do que viste, escolheste um theme e pretendes agora personalizar um pouco mais o teu blog, provavelmente vais querer fazer uma destas coisas:

  • alterar o favicon
  • instalar o Google Analytics
  • instalar o Disqus
  • editar as propriedades de OpenGraph (Facebook)
  • publicar uma feed RSS

Para te poupar algum tempo nos fóruns, vamos ver cada uma delas em detalhe aqui.

Nota #1: todas estas alterações são efectuadas acedendo à pasta dentro do teu theme, que está geralmente em algo como /content/themes/xyz

Nota #2: sempre que alterares qualquer ficheiro e fizeres upload, terás depois de clicar em “Restart Blog”.

Nota #3: sempre que mudares de theme terás de repetir este processo.

Alterar o favicon

O favicon do Ghost é bonito, mas provavelmente pretenderás trocá-lo por algo alusivo ao teu blog.

Assumindo que já tens o favicon criado e o upload feito algures, terás simplesmente de abrir o ficheiro default.hbs e localizar a zona entre <head> e </head>, para depois inserires o código em baixo (substituindo o endereço do favicon pelo do respectivo upload):

<link rel="icon" type="image/png" href="/favicon.png" />

Instalar o Google Analytics

Depois de criares uma nova conta (ou adicionares um novo site) no Google Analytics, terás de adicionar o código no ficheiro default.hbs, imediatamente antes do final do </head>.

O código deve ficar algo do tipo:

{{ghost_head}}
<script>
(function(i,s,o,g,r,a,m){i['GoogleAnalyticsObject']=r;i[r]=i[r]||function(){
(i[r].q=i[r].q||[]).push(arguments)},i[r].l=1*new Date();a=s.createElement(o),
m=s.getElementsByTagName(o)[0];a.async=1;a.src=g;m.parentNode.insertBefore(a,m)
})(window,document,'script','//www.google-analytics.com/analytics.js','ga');
ga('create', 'UA-XXXXXXX-XX', 'omeusite.com');
ga('send', 'pageview');
</script>
</head>

Instalar o Disqus

Um blog é bem mais divertido (e útil) quando tem comentários de outros utilizadores, portanto será natural que queiras utilizar o popular Disqus para esse efeito.

Depois de efectuares o registo, terás desta vez que ir até ao ficheiro post.hbs e localizar a zona entre {{/post}} e </article>.

Aí, deves colocar este código, substituindo exemplo pelo teu próprio shortname:

<div id="disqus_thread"></div>
<script type="text/javascript">
var disqus_shortname = 'exemplo'; // required: replace example with your forum shortname
var disqus_identifier = '{{post.id}}'; // make sure to use the post.id as an identifier, otherwise disqus will use the pages url per default, which might be problematic...

/* * * DON'T EDIT BELOW THIS LINE * * */
(function() {
    var dsq = document.createElement('script'); dsq.type = 'text/javascript'; dsq.async = true;
    dsq.src = '//' + disqus_shortname + '.disqus.com/embed.js';
    (document.getElementsByTagName('head')[0] || document.getElementsByTagName('body')[0]).appendChild(dsq);
})();
</script>
<noscript>Please enable JavaScript to view the <a href="http://disqus.com/?ref_noscript">comments powered by Disqus.</a></noscript>
<a href="http://disqus.com" class="dsq-brlink">comments powered by <span class="logo-disqus">Disqus</span></a>

Editar as propriedades de OpenGraph

Alguns themes não estão devidamente personalizados como deviam no que diz respeito ao OpenGraph, o popular API do Facebook.

Ao partilhares um artigo teu, dependendo do theme poderás verificar que o título ou o conteúdo não surgem conforme pretendes. Alguns vão dar o título do teu blog, outros do teu artigo, outros darão somente a data de publicação. Poderás ver como o Facebook interpreta a tua página usando este debugger.

A solução para tal não é imediata (e supostamente será uma prioridade na próxima release), mas a melhor forma de contornar este problema por agora é a seguinte:

  1. No ficheiro default.hbs, adicionar:
    {{{block "meta"}}}
    
  2. No ficheiro post.hbs, acrescentar:
    {{#post}}
    {{#contentFor "meta"}}
    <meta property="og:title" content="{{title}}" />
    {{/contentFor}}
     ...
    {{/post}}
    

seguindo as propriedades meta que podemos encontrar no debugger, como og:url, og:image ou og:description. Quanto mais informação dermos, maior controlo teremos sobre o que surge na altura de partilhar um artigo.

Para este blog, foi assim que ficou:

OpenGraph no BrunoBrito.pt

Publicar uma feed RSS

Por muito que o Google Reader já não exista, ainda faz sentido publicar uma feed RSS para eventuais leitores que pretendam subscrever o nosso blog. Criar uma feed RSS no Ghost não será difícil para ti se realizaste os passos anteriores com sucesso.

O primeiro passo será publicar o nosso site no Feedburner. Para tal, basta fazer login com a nossa conta Google e adicionar o endereço do nosso site. Depois de clicar em “Next” um par de vezes, teremos acesso à nossa feed personalizada com algo do género

http://feeds.feedburner.com/nomedosite  

O próximo passo será abrir o (já familiar) default.hbs e localizar a seguinte linha (poderá não ser exactamente igual, mas seguramente similar):

<a class="subscribe icon-feed" href="{{blog.url}}/rss/"><span class="tooltip">Subscribe!</span></a>

Aqui, bastará substituir {{blog.url}}/rss/ pelo nosso endereço do Feedburner e está feito!

Conclusão

O Ghost terá muito a oferecer no futuro e para qualquer questão mais específica o melhor será sempre visitares a secção da documentação oficial. Se experimentaste o Ghost e sentiste que algo está a faltar, não desanimes – o mais provável é que esteja previsto para uma release futura.

Veremos o que esta plataforma tão promissora nos reserva nos próximos tempos!

    Se quiser entrar em contacto comigo, pode enviar-me um e-mail para mail@brunobrito.pt ou preencher o formulário abaixo.

    NOTA: Todos os campos são de preenchimento obrigatório.


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