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Apresentando o f.lux (e o Lux)

O painel de opções do f.lux

Apresentando o f.lux (e o Lux)

Apresentando o f.lux (e o Lux) 620 350 Bruno Brito

Geek que é geek adora a sua máquina. E esta não tem necessariamente de ter um processador Intel Core i7 ou um disco SSD mais rápido que a luz para o encher de orgulho. Muitas vezes, o que satisfaz um geek é saber que tem as aplicações certas instaladas – aquelas que lhe garantem um alto nível de produtividade – e nem um MB desperdiçado com algo que não interessa.

A partir daí, é raro encontrarmos novas aplicações que nos deixem de boca aberta. De vez em quando, lá encontramos uma extensão que merece ser adicionada à nossa lista de plugins do Chrome ou do Firefox. Ou um novo processador de texto que, por algum motivo, lá conquista o seu espaço em disco.

Mas se tal é raro, como descrever aqueles momentos em que tomamos conhecimento de uma aplicação que nos faz pensar como é que aguentámos até agora sem ela? O que dizer de uma app tão essencial que não sabemos como é que não vem incluída com o sistema operativo? E como é que só agora a descobrimos!?

Hoje vou falar de uma dessas apps: o f.lux.

O que é o f.lux?

Talvez a melhor forma de começar seja explicar o que ela não é. O f.lux não é uma aplicação que gere o brilho do computador. O objectivo do f.lux é regular a temperatura da cor.

A esta altura do campeonato, não vale a pena referir a importância dos computadores ou dos smartphones no nosso dia-a-dia. A maior parte das pessoas olha para os ecrãs durante mais de 10 horas por dia e é sabido que essa exposição prejudica os olhos e até o sono.

Toda a gente sabe que tal não é benéfico para a saúde – não significa que estejamos dispostos a alterar os nossos hábitos.

Uma das soluções não é propriamente aquela que queremos ouvir: manter-nos afastados dos ecrãs, especialmente antes da hora de deitar. Não queremos evitar o tablet à noite e deixar de ler aquele artigo, queremos só minimizar as consequências, certo?

Então está na hora de instalar o f.lux.

O que é isso da “temperatura da cor”?

Este tópico tem muito que se lhe diga e vou deixar as explicações mais técnicas para quem quiser visitar a Wikipedia. Ainda assim, vale a pena uma breve explicação.

A temperatura da cor

Utilizando aqui o gráfico do SeeSmart, podemos verificar que enquanto há luz lá fora, durante o dia, os ecrãs emitem luz (que até tem um brilho azulado) por volta dos 7000K.

Durante o dia, como temos o sol a iluminar-nos, não ficamos com a sensação de estar a fazer um grande esforço ao olhar para o ecrã – isto porque o ecrã está regulado tendo a luz do dia em conta. O pior vem depois.

À medida que o sol se põe, a luz exterior desce consideravelmente. O problema? O computador não se ajusta a esta mudança. É por isso que é tão agressivo olhar para o ecrã à meia-noite, quando o branco nos parece efectivamente azulado.

Como funciona o f.lux

A missão do f.lux é simples. O programa determina a região onde nos encontramos e face a isso ajusta a temperatura da cor do ecrã à hora do dia (e à quantidade de sol envolvente). Se já tiver anoitecido, é normal que a temperatura do ecrã passe dos 6500K para 2700K, para acompanhar a falta de luz exterior. Isto vai resultar num brilho de ecrã bem mais amarelado, em vez de azul (e muito mais confortável para a vista).

Se já estiver de noite, a primeira utilização do f.lux vai garantidamente assustar muita gente.

Vamos ver o nosso ecrã a passar rapidamente do seu estado “habitual” para algo bem mais amarelado. Podemos até pensar que nos estragou o monitor ou a placa gráfica. A verdade é que se resistirmos à tentação de desinstalar o programa devido a este “susto”, depois de uma noite com o f.lux dificilmente voltaremos atrás.

Na verdade, este choque só mostra como andámos a olhar de forma errada para o computador todo este tempo.

Configurando o f.lux

Instalar o programa (e utilizá-lo) é bem mais fácil do que a teoria que referi em cima. Vamos aqui conhecê-lo na sua versão para Mac – versões similares estão também disponíveis para Windows, iOS e Linux.

O ecrã do f.lux

A nova versão beta do f.lux para Mac é tremendamente fácil de utilizar e regista algumas melhorias significativas face à versão anterior. A aplicação não é propriamente “novidade” (já conta com mais de 4 anos) mas esta actualização valeu bem a pena.

Ao abrir a aplicação, teremos de definir a nossa localização, inserindo a cidade ou a latitude e longitude. O f.lux imediatamente indicará há quanto tempo foi o pôr-do-sol, se for caso disso, como a imagem em cima comprova.

A partir daí, só teremos de utilizar as cores recomendadas ou definir a nossa preferência consoante a luz da sala onde nos encontramos. Se for uma vela, será cerca de 1900K. Se for uma lâmpada de halogénio, por volta de 3000K. Fluorescente? 4200K. Quanto menor o valor, mais amarelado o ecrã ficará.

Podemos personalizar ou simplesmente deixar nas definições recomendadas, que são realmente adequadas para a maioria dos casos.

As novas funcionalidades

A nova versão trouxe um par de novas opções bem recebidas pela comunidade. Agora, é possível indicar a hora a que acordamos diariamente, para que o f.lux nos prepare para uma noite descansada alterando a temperatura de cor consoante os nossos horários.

Por exemplo, no meu caso que acordo às 7h45, por volta da 1h da manhã o ecrã tem uma temperatura muito baixa se compararmos com o valor de 3 horas antes – tal é um claro sinal de que “está na hora de ir para a cama”.

O f.lux não se esqueceu dos fins-de-semana, onde é normal as pessoas acordarem mais tarde, criando uma opção “Sleep in on weekends”.

f.lux para Mac

Também é possível suspender o f.lux durante 1 hora, por exemplo para ver uma série, ou por aplicação (por exemplo, para um trabalho em Photoshop em que visualizar as cores é importante).

Conclusão

O f.lux é grátis e este artigo nunca fará justiça à importância de ter esta aplicação instalada no nosso computador.

A teoria pode ser complicada, mas se o instalarmos, definirmos a região e superarmos o choque dos primeiros minutos, o mais provável será nunca mais nos lembrarmos que o estamos a usar – até que o desactivamos e ficamos chocados com a forma como olhámos para ecrãs durante tantos anos (e sobrevivemos)!

Do que estás à espera? Go get it!

O f.lux é grátis para Windows, Mac, Linux e iOS, não havendo qualquer desculpa para não o instalar já.

E para Android?

Para Android o f.lux não está ainda disponível mas uma excelente alternativa é o Lux.

O Lux surge na loja Google Play com 2 versões: a gratuita (Lux Lite) e a paga (€3) (Lux Auto Brightness).

Lux para Android

Ao contrário do f.lux, para além da temperatura da cor o Lux também gere o brilho – este factor torna esta app indispensável para quem tem um telefone Android.

A maior parte dos telemóveis (mesmo os topos de gama) tem uma função de brilho automático terrível, em que muitas vezes o brilho não é suficiente quando está muito sol e é demasiado quando está escuro.

O Lux não só é mais inteligente nessa gestão como não muda de brilho só por virarmos o telemóvel um pouco para cima ou para baixo, que pode ser algo irritante quando estamos (por exemplo) a jogar. O brilho automático é uma funcionalidade apenas disponível na versão paga, mas é consideravelmente melhor comparada com a que vem de origem com um telemóvel Android.

Para além destas vantagens, ainda nos permite baixar o brilho até valores bem mais baixos do que aqueles estabelecidos pelo Android, ideal para poupar bateria. Se quisermos, o Lux escurece o ecrã até um ponto em que não conseguimos ver quase nada!

Calibrar o brilho é uma das principais vantagens do Lux

Na versão paga, o Lux consegue ainda aprender com o utilizador – podemos calibrá-lo de forma a que ele saiba que tipo de brilho queremos em qualquer altura do dia ou espaço físico, com a opção “Link”. Vai bem para além de regular a temperatura do cor, mas são funcionalidades dignas de menção.

Esta aplicação oferece muitas opções de personalização, tornando-a na verdade mais complexa que o f.lux. Se tiveres um Android, ambas são indispensáveis!

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